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Europa e América Latina reafirmam seu compromisso com uma IA centrada nas pessoas

Europa e América Latina reafirmam seu compromisso com uma IA centrada nas pessoas

A União Europeia (UE) e a América Latina e o Caribe (ALC) avançam em uma agenda comum para impulsionar o desenvolvimento, implementação e uso da inteligência artificial (IA) com um enfoque centrado no ser humano.

Como parte desse esforço, a Aliança Digital UE-ALC convocou a terceira edição do Diálogo de Alto Nível sobre IA e Governança de Plataformas Online, que ocorreu de 1 a 3 de julho de 2025 em São Paulo, Brasil.

O evento foi organizado conjuntamente pela UE e pelo Governo do Brasil, em cooperação com o Centro Internacional de Pesquisa em Inteligência Artificial (IRCAI, sob os auspícios da UNESCO), a Agência Alemã de Cooperação (GIZ), a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL), e o Centro de Informações sobre a Rede do Brasil (Nic.br).

O Diálogo reuniu mais de 115 participantes de 31 países, incluindo representantes de organizações regionais, instituições académicas, centros de investigação, organizações da sociedade civil e do sector privado, refletindo a natureza multissetorial da Aliança Digital UE-ALC.

A abertura do evento foi feita por Hugo Valadares, Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital do MCTI do Brasil, e Jean-Pierre Bou, encarregado de negócios a.i. da Delegação da UE no Brasil. Juha Heikkilä, assessor do European AI Bureau, apresentou a lei de IA da UE, sublinhando a visão europeia de se tornar um líder global nesta tecnologia, um Continente IA.

Um dos destaques do Diálogo foi a apresentação da Declaração de Hamburgo sobre o uso responsável da IA para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que foi apoiada pela Eslovênia e pelo Brasil. Ambos os países convidaram conjuntamente outros países da região para se juntarem à iniciativa.

Com base nos resultados dos diálogos políticos anteriores, as discussões se concentraram em impulsionar iniciativas conjuntas concretas em infraestruturas de computação de alto desempenho (HPC), modelos de linguagem de grande porte (LLMs) e proteção de dados no contexto da IA.

Os participantes destacaram que contar com uma robusta capacidade de HPC é um requisito fundamental para a investigação e inovação em IA. Atualmente, a Europa opera dez supercomputadores em todo o continente, enquanto o Brasil lidera a região latino-americana com oito sistemas no ranking mundial Top500. O México também mantém uma presença significativa, e a Argentina entrou recentemente na lista. No geral, o ecossistema de HPC na região está em expansão, com vários países contribuindo para o desenvolvimento das capacidades regionais.

Entre os marcos discutidos, destacou-se a criação de uma rede bi-regional de HPC, com um orçamento inicial de 3 milhões de euros. Essa iniciativa utilizaria a infraestrutura do programa BELLA, que fornece conectividade de alta capacidade entre a Europa e a América Latina, habilitando ambientes digitais seguros para colaboração científica, simulação avançada, o processamento de grandes volumes de dados e o teste de modelos de IA.

No âmbito da Aliança Digital UE-ALC, o projeto BELLA II, liderado pela RedCLARA, é uma iniciativa emblemática dentro da estratégia Global Gateway da UE. Seu objetivo é fortalecer o ecossistema digital regional para ciência, tecnologia, educação e inovação, enquanto expande a conectividade de alta velocidade ao maior número possível de países da ALC.

Um dos principais resultados do BELLA II é o desenvolvimento de um banco de testes regional de HPC, que oferece um ambiente seguro e escalável para os pesquisadores latino-americanos realizarem simulações complexas, análises de grandes dados e validação de modelos avançados de processamento. Luis Eliécer Cadenas, Diretor Executivo da RedCLARA, apresentou as capacidades deste banco de teste, desenvolvido em colaboração com SCALAC (Sistema de Computação Avançada para a América Latina e o Caribe).

Durante o Diálogo, os participantes também visitaram o Centro de IA e Aprendizado de Máquina da Universidade de São Paulo (USP), onde conheceram o modelo LATAM-GPT, um modelo de linguagem de grande porte desenvolvido na e para a América Latina. Esta iniciativa colaborativa, liderada pelo Ministério da Ciência do Chile e CENIA, reúne mais de 30 instituições de toda a região. Seu propósito é apoiar a soberania tecnológica, preservar a diversidade linguística e cultural, e mitigar os preconceitos algorítmicos nas aplicações de IA.

Paralelamente, autoridades de proteção de dados do Brasil, Uruguai e Espanha discutiram suas funções em evolução na supervisão de sistemas de IA que processam dados pessoais, ressaltando a importância de salvaguardar a privacidade e os direitos dos cidadãos na era digital.

O Diálogo também abordou a necessidade de alinhar e coordenar estratégias regionais em matéria de governança da IA e transformação digital, incluindo a Aliança Digital UE-ALC, a Declaração de Montevidéu promovida pela UNESCO-CAF e a agenda eLAC 2026 da CEPAL. Como exemplo prático de cooperação regional, a Costa Rica apresentou o OECD Toolkit for AI in emerging economies, desenvolvido com apoio da UE e outros parceiros internacionais.

Os resultados do Diálogo de São Paulo lançam as bases para o próximo marco: a Cúpula UE-CELAC, prevista para os dias 9 e 10 de novembro de 2025 em Santa Marta, Colômbia. Nessa reunião, ambas as regiões esperam continuar avançando em uma agenda digital compartilhada que promova a autonomia estratégica, o crescimento econômico inclusivo e um quadro global de governança da inteligência artificial baseado em valores democráticos e direitos humanos.

Fotografia: União Europeia/Este artigo baseia-se em informações do Serviço Europeu para a Ação Externa:
Aliança Digital UE-ALC: Liderando uma inteligência artificial centrada nas pessoas

Reconhecimento

BELLA II recebe financiamento da União Europeia através do Instrumento de Vizinhança, Desenvolvimento e Cooperação Internacional (NDICI), ao abrigo do acordo número 438-964 com a DG-INTPA, assinado em dezembro de 2022. O período de implementação dE BELLA II é de 48 meses.

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